quinta-feira, 13 de novembro de 2014

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A partir de uma altura na vida pensei que gostaria de saber definir a loucura para além do insano!(...) Seria que a loucura jovem poderia contagiar algo criativo? Sim, porque a juventude é a única que detém o testemunho da continuidade, ainda que sujeita ao fatalismo por inconsequência! Paradoxal hã? Ou será necessário ter lata para ser objectivamente louco?! Ó... essa não, a lata talvez pertença à desfortuna do não registo de poder estar a ser ridículo em algum ponto descuidado, a pensar tudo estar sob controlo e, ao não registar tal ponto real estar a deixar existir loucura insana!(...)
Mas então o objectivo afinal é saber o que é a loucura para além da insanidade?! E então em que fica? Bom, tudo terá de voltar ao princípio, que é buscar o saber a definição da loucura para além do insano; sim, porque talvez exista algo de proveitoso na loucura, e não apenas a patología da mente trocada em contraste com a tão proclamada e defendida razão; essa que em geral se sobrepõem a tudo que possa ter uma explicação mais invulgar, como algo com soluções já criadas em série, para satisfazer egos mais desfavorecidos de recursos, que ponderem largamente sobre desvalores que atraiçoam os valores fundamentais da conduta que leve tudo o que é proveitoso a bom termo!
Será como perder um amor sempre estimado enquanto tal, que em consciência afinal deixou dúvida e então pensar-se na eventualidade de não o ser tanto quanto se achava, pois de outra forma não teria sido perdido?!... Será o medo da morte que depois de morto deixa de fazer sentido?(...)
Não, não é nada de nada mais afinal de contas do que o entusiasmo extasiante de criar!! A criatividade é a loucura mais sã que qualquer ser humano pode possuir para se deixar ser possuido, não impuro mas consciente da entrega, pois sem loucura criativa não pode haver nada criado sem se dar conta de que algo passou a existir de novo!(...)

José Isidro

    
 sem título | acrílico sobre tela | 100x100cm
 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

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Deu-me de súbito durante um acto laboral para pensar no elemento artístico como meio de chegar a um ponto estético não existente e que conviesse como tal!

Mas, afinal do que pode tratar o elemento artístico? Material, sim; sem ele nada feito!... Discussão? Não, porque talvez seja melhor não ser discutido pela complexa subjectividade que decerto envolve. Pedido de opinião? Também não porque pode criar divergência que só leva à esterilidade?! Busca... ah, aí detenho-me por um instante porque quando procuro algo num suporte em branco estou eu próprio em branco, e daí (…) continuo mesmo assim em busca do elemento que me falta para se tornar artístico! Arrependimento? Não, dado que não gosto de fazer algo de que me arrependa. Algo que ninguém compreenda? Não, porque eu não gosto de ser incompreendido! – Finalmente: aí está?! O gozo… o gozo de criar que leva a obra a uma alma própria por ser precisamente o resultado de um estado de espírito criativo!

José Isidro


sem título | técnica mista | 200x100cm

segunda-feira, 5 de maio de 2014