terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Levados no Tempo para Outro Tempo...

Levados no Tempo para Outro Tempo...

-Monumentos, aparentemente objectos mais ou menos apelativos, abandonados desde épocas remotas como apenas coisas naturais que a natureza preserva, contrariando a ideia de que nada resiste ao tempo por falta de existência própria... e é mesmo assim sem dúvida!, só que coisas existem e desistem consoante a sua constituição de resistência ao desgaste da ordem natural, que a tudo põem um fim, para que outro processo se inicie como novidade, e assim tudo possa caber sem excedentes por acumulação do anterior com o actual; como se uma inteligência transcendental se ocupasse a construir, destruir e reconstruir, em substituição do anterior, para que tudo ganhe um aspecto actual!  Mas algo extraordinário se passa por vezes com certos objectos que, após milénios, resistem ao processo de desgaste e aparecem de um momento de época para outro, como se de algo recente se trate!, quando por vezes já têm acumulados em si milhares de anos, conservando na sua constituição milenar sinais de que alguém passou, deixando a sua história, traduzindo assim a pegada de vida de uma existência criativa que talvez, ou efectivamente, nem sequer pensou que outrem a uma distância tão longa dali no tempo pudesse encontrar, e apesar de tudo admirar; não a complexidade, mas reflectir na capacidade criativa que o tempo na ordem natural de existência vai passando em testemunho de evolução da inteligência, resistente a todo o processo de destruição!
-Significa toda esta panorâmica que obras de arte impressas em rocha, monumentos esculpidos, ou arquitectados num método (divinal), e artefactos subterrados eventualmente encontrados, deixam qualquer observador maravilhado e até intrigado pelo modo como determinada monumentalidade em época tão distante possa ter sido erigida - mediante dimensões megalíticas - e por vezes a sua constituição deslocada de pontos supostamente originais para outros tão distantes?!...
  Em conclusão; o que todavia se torna interessante, é que o tempo tudo transporta consigo no espaço, tanto em recordação de vestígio apenas - se a existência própria material for efémera -, como em testemunhos físicos de ancestralidade da beleza e inteligência criativa, para outro tempo!

José Isidro

97x102cm | s/ título | acrílico s/ tela

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

UTOPIA



UTOPIA:
Imaterial, inconsistente, inexistente de si própria, apenas uma apelidada e nada mais, sem rumo a um corpo, mas uma grande alma pronta para qualquer corpo que a possa aceitar em constituição própria, pois como inexistente em consistência resiste todo o tempo necessário volátil, sem ânsia de se instalar num corpo hospedeiro, por não necessitar de tal, uma vez que ao não existir consistente persiste inalterada e inalterável, sempre com a mesma inconsistência, despreocupada com qualquer opinião a seu respeito, por assim ter de inexistir, não se sentindo útil nem inútil, porque não supera nem é superada na sua permanente passividade!
-Porém, eventualmente hospedada pelo corpo hospedeiro, logo se torna imprevisível, pois não permite qualquer inércia ou comodismo do já visto, por não se compadecer com a falta de tomada decisiva de acção inovadora pelo quase, ou mesmo nunca visto, em exigência própria de métodos inventados e experimentados sob o risco constante em permanência de um arriscar inconsequente, contudo sempre objectivando bom resultado em atingir o quase; ou preferido nunca visto, por meio de um pensamento mais lógico!(...).
-Tenta conseguir benefício prioritário, ainda que de todo não possível pela falta de consistência, uma vez a perfeição absoluta ser inatingível, mas necessariamente perseguida em toda a sua inexistência consistente, por antagonismo à existência consistente da mediocridade, que solta no seu comodismo se revela um estorvo à busca de lógica para um pensamento que se quer livre, num curso em procura constante de resultado plausível criador de entusiasmo!, só possível ser encontrado na entre-falha da inconsistência utópica, onde a mediocridade nunca chegou, nem chegará a permitir, na sua falha consistente!.

José Isidro

   40x40cm | s/ título | acrílico s/ tela

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O termo da cultura terá ele próprio o seu termo?(...).
- E a cultura que termo terá num contexto mais lato desse mesmo termo?
- Pois o significado dele próprio, «termo»; em extensão de poder significar uma outra palavra, o que dará à cultura que torne esse termo enfático - como palavra com um significado próprio e real - digna de si própria como meio esclarecedor gradual de conhecimento e compreensão, através do desenvolvimento de capacidades intelectuais que ajudem e suportem mesmo, a noção de um existir útil como racional, existindo este ao que se pode constatar, para o fim de ser desenvolvido através de evolução, tão necessária ao intelecto, como o alimento para o corpo!, pois se o corpo fosse (tratado) como o racional, o intelecto já se teria extinto!?(...).
- A cultura é portanto um termo em via de extinção por via de tanta sujeição a um oportunismo que teima em aniquilá-la com a doçura do veneno que mata lentamente, (com e por amor), por precisamente ser uma parceira incómoda por exigência própria - ainda que legítima - de refrear a ilusão tão pródiga ao desejo imediato de uma imensidão de coisas tão desejadas nesse imediatismo, como se tudo possa ser perdido numa qualquer emergência destruidora do (existir eterno), que fará ao contrário, com que a existência se torne tão curta, que reduza um máximo de tempo a tão pouco, quando o fim - se não abrupto -, se apresentar realmente irreversível com a (factura da frustração), para a qual não restará qualquer força sequer, muito menos para que seja passado o (recibo)!(...).

 José Isidro



48x98cm | s/ título | acrílico s/ tela

quinta-feira, 14 de maio de 2015

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O resultado significativo será de facto, o que se procura na produção de uma composição pictórica em real e concreto: mas, em abstracto como será? O que fará criar-se uma pintura abstracta? Qual o fim? Porquê? Onde ficará assinalado o constante nessa obra? Porque é que existe tal necessidade?
- Perguntas serão decerto muitas para poucas respostas em proporção!
Mas, então, comece-se por algum lado; pode ser mesmo pelo princípio de tão oportuna questão, que desse modo levará por hipótese a um sentido lógico da coisa abstracta!(...).
Pus-me a pensar no abstracto, com a sua configuração distorcida, o que na realidade pode representar para os observadores, com certeza atentos a tentar descobrir; e, descobri eu próprio, que tudo advém da figura real, existente também nesta composição, logicamente invisível, mas omnipresente sob forma de um real amalgamado em si próprio, de modo não a significar, mas representar uma estética de isenção da exposição iminente desse real, que dá lugar a um efeito apenas, e se quer belo na composição final.
- Porém tudo isso me leva mais longe num pensamento em busca de lógica, no sentido de que o real antes de o ser poderia ter sido abstracto?! porque não haveria? Algo que se apresente de novo de forma inédita será abstracto por não ter definição de si mesmo?!
Por exemplo, uma simples colher para certas culturas diferentes não terá o seu significado de fim próprio?! Ora aí será um artigo remetido ao abstracto, mas talvez com uma forma estética que atrairá o observador, surpreendido com tal facto por nunca lhe ter ocorrido pensar que alguma vez alguém necessitasse desse artigo para o fim que uma outra cultura o tenha criado?!(...) e por aí afora. Muito do que hoje está definido já terá sido o contrário em algum momento, e por isso abstracto, ainda assim com beleza, que decerto levou a uma conclusão real.
Finalmente penso que criar abstracto é marcar encontro com o surpreendente sistemático, de um mundo interior que só se revela dessa forma, em preferência, e levará eventualmente os observadores a uma visualização de encontros de um imaginário criativo subjectivo com o seu próprio, para si surpreendentes!(...).                                                       -José Isidro-                                             





s/ título | acrílico s/ tela | 47x47cm


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

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A vulgaridade da inspiração pode ser tão vulgar como qualquer vulgaridade que se distenda tanto até se tornar no contrário precisamente(...)
É inspirador o termo... inspiração: sem dúvida já por si inspira a querer que algo de extraordinário aconteça; mas algo que seja extraordinário no sentido mais positivo que a positividade possa ceder para um encontro com o inédito! Só que a questão persiste, porque sempre assim aconteceu e acontecerá; por uma inspiração não existir sozinha, sendo assim um atributo da alma que não está nem nunca esteve no singular, mas num plural "Astronómico" de um universo de almas pensantes, não generalizado, mas ainda assim constituindo uma fatia muito bem pluralizada?! ao ponto de poder constituir quem sabe, um manancial energético, capaz de muito!(...) E capaz de muito, numa óptica mais exagerada... seria talvez... criar energia para fazer deslocar um foguetão, levá-lo ao Espaço com retorno, nem que no fim fosse à boleia da embalagem adquirida na deslocação inicial!! Isto já é inspirador só de pensar!(...) Mas não, porque não passa de uma suposição subjectiva apenas, como no faz de conta do cinema animado e da banda desenhada, em que o impossível precisamente se torna o contrário.

José Isidro


sem título | acrílico sobre tela | 47x47cm

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

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A partir de uma altura na vida pensei que gostaria de saber definir a loucura para além do insano!(...) Seria que a loucura jovem poderia contagiar algo criativo? Sim, porque a juventude é a única que detém o testemunho da continuidade, ainda que sujeita ao fatalismo por inconsequência! Paradoxal hã? Ou será necessário ter lata para ser objectivamente louco?! Ó... essa não, a lata talvez pertença à desfortuna do não registo de poder estar a ser ridículo em algum ponto descuidado, a pensar tudo estar sob controlo e, ao não registar tal ponto real estar a deixar existir loucura insana!(...)
Mas então o objectivo afinal é saber o que é a loucura para além da insanidade?! E então em que fica? Bom, tudo terá de voltar ao princípio, que é buscar o saber a definição da loucura para além do insano; sim, porque talvez exista algo de proveitoso na loucura, e não apenas a patología da mente trocada em contraste com a tão proclamada e defendida razão; essa que em geral se sobrepõem a tudo que possa ter uma explicação mais invulgar, como algo com soluções já criadas em série, para satisfazer egos mais desfavorecidos de recursos, que ponderem largamente sobre desvalores que atraiçoam os valores fundamentais da conduta que leve tudo o que é proveitoso a bom termo!
Será como perder um amor sempre estimado enquanto tal, que em consciência afinal deixou dúvida e então pensar-se na eventualidade de não o ser tanto quanto se achava, pois de outra forma não teria sido perdido?!... Será o medo da morte que depois de morto deixa de fazer sentido?(...)
Não, não é nada de nada mais afinal de contas do que o entusiasmo extasiante de criar!! A criatividade é a loucura mais sã que qualquer ser humano pode possuir para se deixar ser possuido, não impuro mas consciente da entrega, pois sem loucura criativa não pode haver nada criado sem se dar conta de que algo passou a existir de novo!(...)

José Isidro

    
 sem título | acrílico sobre tela | 100x100cm