quinta-feira, 14 de maio de 2015

.




O resultado significativo será de facto, o que se procura na produção de uma composição pictórica em real e concreto: mas, em abstracto como será? O que fará criar-se uma pintura abstracta? Qual o fim? Porquê? Onde ficará assinalado o constante nessa obra? Porque é que existe tal necessidade?
- Perguntas serão decerto muitas para poucas respostas em proporção!
Mas, então, comece-se por algum lado; pode ser mesmo pelo princípio de tão oportuna questão, que desse modo levará por hipótese a um sentido lógico da coisa abstracta!(...).
Pus-me a pensar no abstracto, com a sua configuração distorcida, o que na realidade pode representar para os observadores, com certeza atentos a tentar descobrir; e, descobri eu próprio, que tudo advém da figura real, existente também nesta composição, logicamente invisível, mas omnipresente sob forma de um real amalgamado em si próprio, de modo não a significar, mas representar uma estética de isenção da exposição iminente desse real, que dá lugar a um efeito apenas, e se quer belo na composição final.
- Porém tudo isso me leva mais longe num pensamento em busca de lógica, no sentido de que o real antes de o ser poderia ter sido abstracto?! porque não haveria? Algo que se apresente de novo de forma inédita será abstracto por não ter definição de si mesmo?!
Por exemplo, uma simples colher para certas culturas diferentes não terá o seu significado de fim próprio?! Ora aí será um artigo remetido ao abstracto, mas talvez com uma forma estética que atrairá o observador, surpreendido com tal facto por nunca lhe ter ocorrido pensar que alguma vez alguém necessitasse desse artigo para o fim que uma outra cultura o tenha criado?!(...) e por aí afora. Muito do que hoje está definido já terá sido o contrário em algum momento, e por isso abstracto, ainda assim com beleza, que decerto levou a uma conclusão real.
Finalmente penso que criar abstracto é marcar encontro com o surpreendente sistemático, de um mundo interior que só se revela dessa forma, em preferência, e levará eventualmente os observadores a uma visualização de encontros de um imaginário criativo subjectivo com o seu próprio, para si surpreendentes!(...).                                                       -José Isidro-                                             





s/ título | acrílico s/ tela | 47x47cm


1 comentário:

1/2 disse...

A nossa fértil imaginação e criatividade , leva-nos a um mundo real mesmo que possamos ver e admirar , num registo de contemplação, uma obra deveras abstracionista.
A pura observação do abstracto, é transladada para o campo imagético do Homem, levando-nos assim ao mundo do imaginário por nós conhecido ou inventado.

Muito bom!